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Um som levemente sussurrado, uma memória a pouco extirpada, uma sensação que algo está faltando, algo simples, mais que sempre faz falta.
Não vejo a lua, céu negro, nada de estrelas, somente um véu da noite esticado de canto a canto, uma armadilha gigante.
Na noite tudo é possível, qualquer som, qualquer sombra, causa um impacto sempre maior do que o esperado.
Sinto um perfume no ar, levemente adocicado, me lembrando a “Dama da Noite”, aos poucos o perfume fica mais forte, como se estivesse em mim.
Caminho com passos largos, sempre entreolhando os becos, sempre suspeitando do vento que trás o som de passos abafados, quase que simétricos aos meus.
Nem sempre é bom ter coragem, nem sempre é bom ser curioso, o que eu estava procurando há muito tempo, aparentemente me encontrou, mais não agora, nesse momento em não posso, não quero deixar nada para trás, quero colocar os pingos nos is, quero saber o que mais posso tirar da vida...
Quanto mais perto de casa, mais nervoso fico, como sem algo me espreita-se, num momento de loucura, a poucos metros, corro, corro como nunca correi antes, nem mesmo na minha época de juventude, corro desesperadamente, abro a porta rapidamente, me tranco dentro de casa...
Aos poucos o ar volta ao normal, o perfume desaparece, o perfume da morte.

Aff meus textos ficam cada vez mais... bom deixa para lá concordo com “Cervantes” quando ele disse:

Seja breve nos teus raciocínios; nenhum deles agrada quando é extenso.

É a pura verdade...

Ótimo dia a todos.